quarta-feira, junho 16

O fim do muro: a década de 90

"Um governo que não muda com a vida está condenado ao desaparecimento." A partir dessa frase de Gorbatchev, dirigida a estudantes alemães, as forças de oposição da Alemanha Oriental decidiram partir para a ofensiva final contra o governo. Em cinco semanas, o Muro de Berlim viria abaixo,

precisamente no dia 9 de novembro de 1989. Manifestação pela queda do muro "Eu acompanhei pessoalmente a crise dos refugiados, a comemoração do 40° aniversário da RDA e a queda do Muro de Berlim. Às vezes, tenho a impressão de ter participado de um sonho. Lembro-me de milhares de pessoas cruzando o muro naquela noite fria de outono, dos encontros de familiares e casais que durante
anos não puderam se encontrar, dos fogos de artifício, das cervejas e champanhes, das conversas, dos risos e dos choros de emoção. Eu tinha a nítida sensação de estar presenciando a própria história. Era óbvio que dali para a frente o socialismo na Europa do Leste havia chegado ao fim."
José Arbex jornalista A queda do Muro de Berlim foi festejada pelos governos e pela grande imprensa ocidental. Em poucos meses, todos os regimes socialistas chegavam ao fim na Europa. Na maioria dos casos, de forma pacífica. A exceção foi a Romênia, que viveu um processo sangrento por causa da resistência do dirigente Nicolai Ceausescu. Nos confrontos de rua estavam, de um lado, a população e setores das Forças Armadas. 
Do outro lado, a Guarda Nacional, fiel ao dirigente. O saldo foi de cerca de 10 mil mortos. Ceausescu e sua mulher, Helena, acabaram presos e submetidos a um julgamento sumário. Romenos exigem queda de Ceausescu Condenados à morte, foram executados diante das câmeras de TV, no dia 25 de dezembro de 89. Na Iugoslávia, o fim do muro foi o sinal para os nacionalistas desafiarem o governo central.m 1991, a Eslovênia e a Croácia foram as primeiras repúblicas a declarar independência. Em 92, foi a vez da Bósnia-Herzegovina. Questões étnicas e conflitos nacionalistas transformaram a região no cenário de uma sangrenta guerra civil. 
No final de 95, um acordo de paz na Bósnia traria uma certa estabilidade no convívio entre as repúblicas surgidas com o fim da Federação Iugoslava. O processo que conduziu ao fim do bloco socialista europeu foi marcado pelo descontentamento popular com o modelo vigente naqueles países. Além disso, durante todo o período de Guerra Fria, o ocidente procurou, de todas as formas, passar ao mundo socialista a imagem do capitalismo como a de um sistema quase perfeito, com liberdade e boas condições de vida para todos. Muita gente no bloco socialista acreditava que poderia usufruir apenas do lado bom do capitalismo. 
Outras pessoas achavam a democracia capitalista um modelo de sistema equilibrado. Em pouco tempo, no entanto, o antigo bloco socialista começou a sentir os problemas do desemprego, do desequilíbrio social e da frustração profissional. Uma das conclusões que se pode tirar de todo esse processo histórico é que a humanidade ainda está longe do caminho mais adequado para a vida em sociedade. Um sistema em seja possível reunir saúde, educação e trabalho para toda a população do planeta. De qualquer forma, como afirma o cientista político Eric Hobsbawn, a única coisa que se pode afirmar com certeza a respeito disso tudo é que enquanto existir o ser humano, existirá história.

Fonte: www.fabiovelasco.com – Video Aulas, Apostilas e Livros


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