quarta-feira, junho 16

Começo da Guerra Fria

Em junho de 1941, a União Soviética era invadida pelas tropas de Adolf Hitler. O objetivo era aniquilar o que Hitler chamava de "câncer comunista". Depois de três anos de guerra em solo soviético e quase trinta milhões de mortos, o Exército Vermelho de Josef Stalin reverteu a situação e iniciou sua marcha rumo a Berlim, a capital da Alemanha na época da Segunda Guerra Mundial. Os soviéticos foram os primeiros a ocupar Berlim, em abril de 1945. Cercado pelos comunistas, o führer cometeu suicídio, em 30 de abril. Dois dias depois, Berlim capitulou. Com o triunfo militar, a União Soviética ficou em boa posição para sentar-se à mesa de negociações, junto com a Grã-Bretanha e os Estados Unidos. Os líderes das potências vitoriosas tomaram para si a tarefa de reorganizar a estrutura geopolítica, econômica e financeira do mundo. Entre muitas decisões vitais para o planeta estava o futuro da região situada entre a Alemanha e a União Soviética, mais tarde chamada de Europa do Leste, ou Europa Oriental. Uma região de fundamental importância durante todo o período da Guerra Fria.

Conferência de Potsdam: formação do bloco socialista Churchill, Truman e Stalin Josef Stalin, da União Soviética, Harry Truman, dos Estados Unidos, e Winston Churchill, da Grã- Bretanha, reuniram-se na Conferência de Potsdam, no subúrbio de Berlim, de 17 de julho a 2 de agosto de 1945. Durante o encontro, Churchill foi substituído por Clement Attlee, do Partido Trabalhista inglês, vencedor das eleições e novo primeiro-ministro britânico. Na cúpula de Berlim, o mundo foi partilhado entre comunistas e capitalistas, dando origem aos blocos da Guerra Fria. O líder soviético, Josef Stalin, apresentou um fato consumado: seu país já ocupava toda a região da Europa a leste da Alemanha. Na conferência, a área foi formalmente reconhecida como de influência soviética. De um modo geral, a ocupação da Europa do Leste pelo Exército Vermelho e a imposição da política de Moscou aconteceram sem grandes resistências. As instituições políticas e as organizações sociais haviam sido desmanteladas pelas tropas de Hitler. Na Albânia e na Iugoslávia, no entanto, a União Soviética encontrou lideranças e instituições mais sólidas. Na Iugoslávia havia uma estrutura comunista bem organizada por Josip Broz Tito. O dirigente, após anos de resistência contra o ocupante nazista, decidiu não compartilhar com Stalin as decisões sobre os destinos de seu país. Até sua morte, em 1980, manteve uma política independente de Moscou. Na Albânia aconteceu um processo semelhante. O líder comunista Enver Hodja havia estruturado um forte grupo de resistência ao ocupante italiano, e assumido o poder após a derrota do Eixo, em 1945. Hodja também ficaria no poder até morrer, em 1985. Mas, diferentemente de Tito, manteve boas relações com Stalin. No final de 1948, Moscou estendia seu domínio até a Europa Central, numa vasta região que englobava a Polônia, a Hungria, a Tchecoslováquia, a Romênia e a Bulgária.

Nos primeiros anos do pós-guerra, o mundo estava se acomodando à nova ordem econômica e política, regida pelas duas maiores potências, Estados Unidos e União Soviética. Com a divisão formal da Alemanha, em 1949, estava configurada a Cortina de Ferro, como Churchill referia-se ao bloco socialista. E, com ela, o cenário definitivo da Guerra Fria na Europa.

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