quinta-feira, junho 17

O conflito na Geórgia. (2008)

O conflito entre a Geórgia e as regiões separatistas da Abkházia e Ossétia do Sul tem origens no período de desintegração da União da Soviética (fim dos anos 80 e início dos anos 90 do século passado). Então, Zviad Gamsakhurdia, Presidente da Geórgia, decidiu pôr fim à autonomia delas através da força. Destacamentos armados georgianos entraram na Abkházia e Ossétia do Sul, dando início à guerra civil que durou até 1994. Grupos armados separatistas, apoiados por Moscovo, conseguiram travar a ofensiva georgiana e controlar grande parte do território dessas duas regiões.
Em 1994, as partes do conflito, tendo a Rússia como intermediária, assinaram um cessar de fogo. Tropas de manutenção da paz russas instalaram-se na região, mas a contenda foi apenas congelada. Os presidentes georgianos, quando iniciam funções, começam por prometer o restabelecimento da unidade territorial. Os separatistas da Ossétia do Sul realizaram dois referendos onde o sim à independência do território e sua posterior unificação à Ossétia do Norte, república que faz parte da Rússia, teve o apoio da esmagadora maioria. Moscovo apoia, directa e indirectamente, os separatistas, utilizando-os como alavancas de pressão sobre Tbilissi. Por exemplo, a Rússia deu cidadania à esmagadora maioria da população dos dois teritórios separatistas.  

O envolvimento da Rússia no conflito complicou ainda mais as relações com países vizinhos como a Ucrânia e Estados do Báltico. No caso da Ucrânia, Kiev fornece armamentos a Tbilissi, porque receia que, depois da Geórgia, chegue a sua vez. Moscovo não esconde pretensões territoriais face à Ucrânia, exigindo a devolução da da Crimeia. E isso será mais um motivo para que a Ucrânia tente aderir à NATO o mais rápido possível.
Quanto à comunidade internacional, as últimas reuniões do Conselho de Segurança da ONU revelam fortes divergências entre os seus membros face ao conflito. Analistas russos contactados pela Lusa consideram que os conflitos como estes são de solução complicada no quadro do actual Direito Internacional, onde não está definido qual dos direitos: à autodeterminação dos povos ou à inviolabilidade de fronteiras, impera.

fonte: russobras.com

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