quarta-feira, junho 16

Anos 80: crise política na Iugoslávia e na Polônia Refugiados bósnios

O desaparecimento do dirigente Josip Broz Tito, em maio de 1980, pôs fim a um período de estabilidade inaugurado em 1945 com a proclamação da República Popular da Iugoslávia. Após a morte de Tito, um líder carismático e centralizador, as aspirações separatistas ganharam força nas repúblicas integrantes da Federação iugoslava. Os movimentos nacionalistas viriam a radicalizar suas posições durante toda a década de 80, até a eclosão da guerra civil, em 1991. Também em 1980, no mês de setembro, surgiu na Polônia o sindicato independente Solidariedade, sob o comando do líder metalúrgico Lech Walesa. Era a primeira entidade civil de natureza política e social num país socialista a escapar do controle do Partido Comunista. Mesmo os movimentos da Hungria, em 1956, e da Tchecoslováquia, em 68, reprimidos por Moscou, foram liderados por comunistas, o húngaro Imre Nagy e o tcheco Alexander Dubcek. No caso do Solidariedade, ocorreu o oposto: o líder Lech Walesa era anticomunista e contava com a simpatia do Vaticano, na figura do próprio Papa João Paulo II, também polonês. Um apoio decisivo para a combatividade do sindicato. O Solidariedade passou a organizar greves e passeatas contra o governo. A crise econômica estimulava as atividades sindicais. Multiplicaram-se os panfletos, jornais, livros e revistas contestando o regime. O sindicato chegou a criar uma estação de rádio, num desafio aberto a Moscou. Em dezembro de 81, o governo polonês pôs os tanques nas ruas e decretou a ilegalidade do Solidariedade. O sindicato passou a atuar na clandestinidade, com apoio de parcela expressiva da população.

Nenhum comentário:

Postar um comentário